sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O Primo Basílio – Personagens e Resumo.

Essa obra de Eça de Queiroz foi escrita em 1878 e tem como principal objetivo evidenciar para a sociedade Portuguesa os defeitos que nela existem. Eça compõe a obra como forma de combate social, expondo em seu enredo uma família burguesa aparentemente feliz, contudo com o desenrolar da trama a degeneração é constante, o vício, as fofocas, a soberba, o adultério, a hipocrisia, o interesse e a mediocridade são alguns conceitos utilizados por Eça nessa obra.
As personagens principais são: Luísa, seu primo Basílio e a empregada Juliana. Personagens como Jorge, marido de Luísa, e Sebastião, amigo de Jorge, tem importante papel na trama. Formando um grupo de amigos está a figura do conselheiro Acácio, homem letrado, da alta sociedade, mas que não participa diretamente na ação da obra; e Dona Felicidade, mulher que nutre uma paixão, por Acácio. Outras personagens, com funções menos pertinentes ao enredo principal, são: Julião, estudante de medicina frustrado, por não obter os lucros desejados; Dona Leopoldina, amiga de Luísa, porém indesejada de o ser por Jorge, devido a fama de “mulher de todos” que Leopoldina carregava;  visconde Reinaldo, aristocrata e amigo de Basílio, representa o desprezo da Burguesia e de Portugal; o senhor Paula , que juntamente com a estanqueira e a carvoeira viviam bisbilhotando a casa de Jorge, representam o povo e suas fofocas; Ernestino, primo de Jorge, artista sem muito estilo e estímulo; Joana, a cozinheira; e Castro, tentado pela Luísa.
                Luísa é uma mulher sonhadora e por muitas vezes ingênua, se casou com Jorge que é engenheiro e bom marido. Em sua casa vivem as empregadas Joana, assanhada e namoradeira e Juliana, que vive triste, é amargurada e sente raiva de tudo e todos. Após uma certa viajem de Jorge, Luísa passa longos dias enfadada em seu lar, convidando amigos para lhe fazer companhia, até que um primo se que não vira desde a infância lhe faz uma visita. Este encanta-se com a beleza de Luísa e a partir daí busca conquista-la, inicialmente, Luísa resiste aos galanteios, contudo, influenciada pelos romances lia, a saber “A dama das Camélias” e também pela conduta de sua amiga Leopoldina, deixa ser consumida pelo desejo e cede aos galanteios de se primo. Acreditando estar sendo amada, Luísa cai num amor delirante por Basílio, contudo, este, após a moça ter cometido o adultério, viaja para França, abandonando Luísa com sua ilusória paixão e encurralada, pois a empregada Juliana havia descoberto o romance e chantageado a patroa. Luísa não tendo condições de pagar o que Juliana pedira, começa a recompensar esta última com peças de roupa, imóvel, bijuterias e até mesmo faz o serviço doméstico que a empregada começara a negligenciar.
Jorge volta de sua viagem e percebe o comportamento estranho de sua mulher, que continuava a servir a empregada com luxos e tafularias. Jorge então, após apanhar sucessivas vezes Juliana na folga, decide demiti-la. Em consequência Juliana coage ainda mais Luísa para dar-lhe o dinheiro, se sentindo pressionada, Luísa decide contar tudo a Sebastião, homem de confiança da família, quando Sebastião a ouve fica horrorizado com a situação e sugere que Luísa leve Jorge ao teatro, para que ele possa ficar sozinho na casa e resolver o caso com Juliana. Quando Sebastião chega à casa ele ameaça denunciar a empregada por roubo, conseguindo assim adquirir as cartas, contudo, Juliana em seu estado crítico de saúde, não suporta ver a chance de seu enriquecimento escapar-lhe, e acaba morrendo.
                Após o óbito de Juliana, Luísa e Jorge passam a noite na casa de Sebastiao, onde ela adoece. Jorge, inquieto com a situação, busca por respostas do adoecimento de sua esposa e supõe que seja algum problema familiar, desse modo, decide abrir uma carta de Basílio que apanhara na correspondência. A carta destinada à Luísa, recordava-a dos momentos que ambos passaram no “Paraíso” quando Jorge estava ausente, denunciado o adultério inadvertidamente. Um delírio homicida inunda a cabeça de Jorge, ao mesmo tempo que se compadece de ver sua esposa adoentada, sente ódio por ter sido traído, contudo ele conteve-se para que o estado de saúde de sua mulher não piorasse. Passado um tempo Luísa melhora e seu marido mostra as cartas que denunciavam a traição, Luísa sofre um choque e adoece novamente, passados alguns dias de sofrimento ela morre.

Referência:

QUEIRÓS, Eça de. O Primo Basílio. São Paulo: Martin Claret, 2002. 388 p.

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